O ritmo abrandou… o sol começa a torna-se convidativo a umas férias junto à praia ou a uma reconfortante e revigorante paragem nos bons ares do campo para descansar depois de ano de trabalho e luta, tanto nos estudos como nos locais de trabalho de cada um. Contudo, embora o ritmo comece a abrandar isso não pode ser sinónimo de ritmo parado, principalmente neste tempo de férias onde todos somos precisos para fazermos frente às falhas que possam ocorrer nas várias horas da Eucaristia de Sábado e Domingo.
Nós podemos ir de férias achando que foi um ano com muito trabalho, muito estudo, problemas e preocupações. Contudo, lembrem-se que há Alguém que não tira nunca férias de nós. Damos-Lhe algum trabalho quando complicamos a nossa vida, nos afundamos demasiado em problemas e preocupações, em problemas familiares… contudo, ele Nunca se cansa de olhar por nós… e não exige salário pelo seu “trabalho”.
Vou-vos contar uma história que é verídica:
“Certa altura, um rapaz com os seus doze anos, que nunca tinha ajudado os pais em sua casa, nem sequer na arrumação do quarto (tinham de ser os pais dele a fazê-lo), um dia chegou a casa e disse à mãe:
- «Mãe, a partir de hoje vou trabalhar em casa. Vou ajudar-te nos vários serviços da casa, na arrumação do meu quarto, etc, mas… eu quero receber um salário pelo meu trabalho no fim do mês. Todos os meses, no fim, apresento uma factura com o meu serviço e pagas-me».
A mãe concordou. E então o rapaz foi começar a preparar as contas antes de começar a trabalhar: Aspirar a casa – 1€; Arrumar o quarto – 2€; Lavar a loiça – 1€, …. E assim foi. Todos os meses ele trabalhava e, no fim do mês, apresentava a factura à mãe (que normalmente andava por volta dos 15€) para ela lhe pagar o salário. Contudo, ao fim de três meses, a mãe
disse-lhe:
«Filho, todos os meses me tens apresentado a factura para te pagar o salário pelo trabalho que fazes em casa para me ajudares mas, este mês, quero ser eu apresentar-te a factura do trabalho… penso que a hora é
a minha vez de te apresentar a factura.»
O filho concordou e a mãe começou a redigir a factura para lhe entregar. As contas eram: Lavar a tua roupa – 0€; Fazer a tua comida em todas as refeições – 0€; Estar sempre a teu lado na cama quando estás doente – 0€; Ir levar-te à escola – 0€, …
Isto é uma pequena história que mostra como é a relação de Deus connosco. Muitas vezes queremos tanta coisa d’Ele, pedimos-lhe tanto e, algumas vezes, exigimos, esquecendo-nos do seu Amor de gratuidade para connosco! Contudo, Deus não apresenta factura pelo seu serviço 24h por dia a velar por nós. É o dom da gratuidade que devemos cuidar na nossa vida para com aqueles que estão à nossa volta. O problema do meu irmão é o meu problema e devo ajudá-lo gratuitamente sem esperar nada em troca.
Nestas férias, sejamos gratuitos no nosso serviço de acólito. Entreguemo-nos de coração responsável no serviço com o qual nos comprometemos diante da comunidade, de Deus e do Pe. Jacob. Por vezes podemo-nos esquecer de Deus, mas Ele nunca se esquece de nós… não tira férias de nós. Em tempo de férias não se esqueçam de cumprir a escala e de rezar, agradecendo a Deus o facto de Ele estar sempre vigilante connosco e pedindo perdão pelas vezes que nos esquecemos d’Ele. Não deixem que o sol ou os ares do campo vos façam esquecer d’Ele, mas antes que vos ajudem a contemplar a beleza da Criação.
Um grande abraço de Boas Férias a todos! Até Setembro! 
Ruben Viegas
