Beatério! :)




Embora seja noite (S.João da Cruz)


Bem eu sei a fonte que mana e corre,
Embora seja noite.

Aquela eterna fonte não a vê ninguém
E bem sei onde é e donde vem, Embora seja noite.

Não sei a fonte dela, que não há,
Mas sei que toda a fonte vem de lá, Embora seja noite.

Não pode haver, eu sei, coisa tão bela
E céus e terra beleza bebem dela, Embora seja noite.

Porque não pode ali o fundo achar,
Eu sei que ninguém a pode atravessar, Embora seja noite.

A claridade sua não escurece
E sei que toda a luz dela amanhece, Embora seja noite.

Tão caudalosas são suas correntes
Que regam céus, infernos e as gentes, Embora seja noite.

E desta fonte nasce uma corrente
E bem sei eu que é forte e omnipotente, Embora seja noite.

E das duas a corrente que procede
Sei que nenhuma delas a precede, Embora seja noite.

E esta eterna fonte está escondida
Em este vivo pão a dar-nos vida, Embora seja noite. .

Aqui está a chamar as criaturas
Que bebem desta água, e às escuras, Porque é de noite.

Esta viva fonte que desejo,
Em este pão de vida, aí a vejo; Embora de noite.


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Oração do Acólito

Senhor Jesus Cristo,
sempre vivo e presente connosco,
tornai-me digno de Vos servir no altar da Eucaristia,
onde se renova o sacrifício da Cruz
e Vos ofereceis por todos os homens.
Vós que quereis ser para cada um
o amigo e o sustentáculo no caminho da vida,
concedei-me uma fé humilde e forte,
alegre e generosa,
pronta para Vos testemunhar e servir.
E porque me chamaste ao Vosso serviço,
permiti que Vos procure e Vos encontre,
e pelo Sacramento do Vosso Corpo e Sangue,
Permaneça unido a Vós para sempre.

Amen


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Oração antes da Eucaristia

Senhor, damo-Vos graças
porque nos chamais novamente ao Vosso serviço
nesta celebração que estamos quase a começar.
Ajudai-nos a estar muito atentos
para Vos reconhecer na pessoa do sacerdote,
para escutar com proveito a Vossa Palavra,
alimentar-nos dignamente
com o Vosso Corpo e Sangue,
e reconhecer-Vos presente
no meio da assembleia dos irmãos.
Ajudai-nos a servir ao Vosso altar
como Vós o mereceis,
a fazer tudo com diligência e eficácia,
e, sobretudo, a fazê-lo por Vosso amor.
Sim, que todo o nosso serviço seja, Senhor,
expressão do amor com que Vos queremos amar,
pois só em Vós encontramos a paz e a alegria.
Ajudai-nos, Mãe de Deus e minha Mãe,
Vós que nos dissestes a todos:
«Fazei tudo o que Ele vos disser.»

Amen



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Tarcísio – Um Acólito que amava muito a Eucaristia

Tarcísio está sepultado num cemitério de Roma, cidade onde vivia com a família. Sobre o seu túmulo foi escrita esta inscrição em latim: “Quando a multidão enlouquecida queria obrigar Tarcísio a expor aos olhares profanos os sacramentos de Cristo, que levava consigo, ele, para não entregar o pão consagrado a gente cheia de ódio, preferiu perder a vida, morrendo apedrejado”.
Naquele tempo Roma era ainda, na sua quase totalidade, uma cidade pagã. Acreditava em muitos falsos deuses, mas não conhecia nem adorava o Deus verdadeiro.
Tarcísio era um jovem que vivia na cidade. Mas tivera a sorte, ao contrário de outros, de nascer numa família que se convertera à fé cristã. Os pais mandaram-no baptizar e foram os seus catequistas. Ele cresceu e foi escolhido para Acólito. Nesse tempo ainda não havia igrejas. A Missa celebnrava-se nas casas de alguns cristãos. Era aí, ora numa casa ora noutra, que Tarcísio realizava o seu serviço de Acólito, sempre com muita alegria, e comungava o Corpo e Sangue de Jesus, juntamente com todos os outros cristãos.
Terminada a celebração, continuava ainda a servir, levando a Eucaristia a uma cadeia da cidade, onde estavam alguns fiéis que tinham sido presos quando celebravam a Eucaristia, coisa que era proibida pelas leis romanas daquele tempo.
Um dia, quando se dirigia para lá, alguns pagãos quiseram que ele lhes mostrasse o que levava escondido na mão. Tarcísio, em vez de fazer o que eles queriam, comungou rapidamente o pão consagrado, para que não lho tirassem e calcassem aos pés. Ao verem isto, aqueles homens pegaram em pedras e mataram-no. É um mártir da Eucaristia. A força e a coragem de que deu provas, tinha-as recebido da celebração, à qual nunca faltava, e da Comunhão. Ele é o modelo de todos os acólitos e o seu padroeiro em todo o mundo.
Ainda hoje Jesus continua a dizer a cada acólito, pela voz da sua Igreja, o mesmo que recomendava então a Tarcísio, e que se resume em quatro coisas: que procure conhecer o que diz respeito à liturgia; que não se limite a fazer as coisas só exteriormente, ainda que as faça bem, mas procure compreender o seu significado intimo e espiritual; que se ofereça, cada dia, totalmente a Deus; e que seja um exemplo, pela sua atitude séria e respeitosa, de atenção pelos mais fracos e doentes da comunidade (cf. Documento sobre a instituição dos acólitos, nº VI).